Os impactos gerados pela utilização excessiva de agrotóxicos e fertilizantes, a degradação crescente do solo e a maior frequência de estresses abióticos e bióticos são os principais desafios para manter o equilíbrio físico, químico e biológico do solo. Para superar esse cenário, os bioestimulantes têm ganhado cada vez mais espaço no mercado como um aliado da produtividade e qualidade das lavouras.
Projeções do mercado global de bioestimulantes apontam que o produto irá girar cerca de 2,9 bilhões de dólares neste ano, o que representa uma taxa anual de crescimento de 10% entre 2016 e 2021. Em relação à área de aplicação, o mercado de bioestimulantes deve alcançar 25 milhões de hectares ainda em 2021.
O que são e quais os benefícios dos bioestimulantes?
Os bioestimulantes são definidos, por muitos autores, como substâncias naturais ou sintéticas, oriundos da mistura de dois ou mais biorreguladores vegetais ou destes com outras substâncias – aminoácidos, nutrientes e vitaminas – que podem ser aplicados diretamente nas plantas ou em tratamento de sementes.
O uso dos bioestimulantes favorece a produção agrícola em diversos aspectos ao modular a eficiência de processos fisiológicos nas culturas, apresentando resultados positivos sobre a produtividade e qualidade das mesmas. Veja abaixo quais são as principais ações desses produtos para otimizar o desenvolvimento da plantação!
Melhoria na qualidade das sementes
Quando aplicados no tratamento de sementes, os bioestimulantes favorecem e estimulam o potencial genético das plantas. Com isso, é possível obter sementes de maior qualidade e com maiores chances de se desenvolver com elevado teor nutricional.
Resistência ao estresse hídrico
Os bioestimulantes aumentam o processo de absorção de água pelas plantas e potencializam sua resistência contra o estresse hídrico. Dessa forma, a cultura sofre menos impactos com um possível período de seca ou com uma irrigação inadequada.
Resistência a pragas e doenças
Além da resistência ao estresse hídrico, a aplicação de bioestimulantes nos estádios iniciais de desenvolvimento da planta também contribui para uma maior resistência a insetos, pragas e doenças.
Maior eficiência nutricional
Muitos bioestimulantes podem aumentar a absorção de macronutrientes, especialmente o nitrogênio. Isso é possível devido à presença de hormônios nesses produtos – ou substâncias que mimetizam esses – e moléculas ativadoras da cascata de sinais relacionados a estresses.
Melhora o desenvolvimento radicular
Os bioestimulantes promovem um aumento significativo do comprimento e densidade de raízes, uma vez que as substâncias presentes no insumo induzem uma resposta que favorece a absorção de nutrientes via um aumento na sua área superficial de absorção.
Quais são os principais componentes dos bioestimulantes?
Para obter os benefícios citados acima, a composição dos bioestimulantes precisam ter alguns compostos específicos que, em conjunto ou individualmente, irão promover uma melhora no desenvolvimento de maneira geral das culturas. Confira os principais componentes:
Hormônios vegetais
Os hormônios vegetais são definidos como compostos orgânicos produzidos pela própria planta que, em concentrações baixas, promove ou modifica os processos fisiológicos vegetais. Além disso, possuem ações no crescimento da célula, agindo diretamente na plasticidade da parede celular e estimulando o alongamento irreversível.
Micronutrientes
A baixa fertilidade natural é uma das grandes responsáveis pela obtenção de baixos rendimentos das culturas. Por isso, a formulação de diversos bioestimulantes comerciais contêm micronutrientes, dentre os quais os mais utilizados são o molibdênio, cobalto, boro e zinco.
Microrganismos
Os microrganismos benéficos são excelentes aliados para aumentar a produtividade das culturas e reduzir a incidência de pragas e doenças. Atualmente, o uso dos microrganismos destaca-se na agricultura para melhorar o crescimento de plantas e aumentar a resistência à doenças. Assim, bioestimulantes contendo microrganismos atuam como potenciais agentes de controle biológico.
Substâncias húmicas e fúlvicas
As substâncias húmicas e fúlvicas possuem propriedades que atuam como condicionadores do solo, melhorando o aproveitamento da adubação mineral e favorecendo o crescimento das plantas. Ao serem incorporadas nos bioestimulantes, essas substâncias produzem efeitos sobre o metabolismo da planta, contribuindo para melhorias nos processos respiratório e fotossintético, síntese de ácidos nucleicos e absorção de íons.
Comprovação da eficácia dos bioestimulantes
A eficácia dos bioestimulantes para melhorar a produção agrícola ainda é objeto de pesquisa. No entanto, alguns estudos já comprovaram que os bioestimulantes são bastante benéficos para diferentes tipos de culturas, principalmente soja, milho e feijão.
Um estudo que avaliou o desempenho de bioestimulantes no crescimento da soja apresentou resultados satisfatórios. Segundo os dados do estudo, a aplicação dos produtos proporcionou incremento na altura de planta, maior produção de massa seca, de raiz e aumento do volume do sistema radicular, tanto em aplicação via semente quanto via foliar.
Outro estudo que analisou o crescimento e desempenho agronômico do feijão-comum no ciclo superprecoce concluiu que os bioestimulantes ocasionaram diferenças significativas para a biomassa e número de vagens por planta. A principal explicação se deve à presença de ácidos fúlvicos no bioestimulante utilizado na pesquisa, responsáveis por aumentar a concentração de nutrientes no tecido foliar e melhorar as propriedades físicas e químicas do solo, afetando diretamente a produtividade.
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